11 Mai Atividade física e Comportamento sedentário: Mecanismos compensatórios
Aumentar a atividade física moderada e vigorosa das crianças, através da inclusão de aulas de educação física estruturadas nos seus currículos escolares, é benéfico para a saúde. No entanto, sendo o comportamento sedentário um fator de risco, interessa perceber se as crianças compensam, ou não, este aumento na atividade física passando mais tempo em comportamento sedentário fora da escola. [ler mais]
A atividade física regular é fundamental para a saúde e bem-estar das crianças em idade pré-escolar, incluindo melhor funcionamento motor, músculo-esquelético, desenvolvimento psico-social e uma redução do risco de excesso de peso ou obesidade. Adicionalmente, níveis elevados de comportamento sedentário estão associados, positivamente, com a adiposidade e, inversamente, com a saúde cognitiva e comportamental. Os especialistas concordam que crianças, em idades pré-escolares, devem acumular várias horas de atividade física moderada a vigorosa, mas que é importante perceber se estes aumentos são acompanhados de incremento, nos níveis de comportamento sedentário, por mecanismo compensatório. Um estudo realizado na Bélgica, e que incluiu 200 crianças em idade pré-escolar, tentou perceber se existem ou não estes mecanismos compensatórios e se as crianças, que tinham de realizar uma sessão diária de exercício estruturado (aula de educação física), apresentavam aumentos nos níveis de comportamento sedentário, no tempo pós escolar. Este estudo concluiu:
1 – Rapazes e raparigas em idade pré-escolar não compensam o aumento na atividade física, durante o período escolar (sessão estruturada de exercício física orientada pelo professor), com correspondente aumento no tempo sedentário, no tempo após escola;
2 – A inclusão de uma sessão de exercício físico estruturada conduzida pelo professor, no currículo pré-escolar, contribui para que as crianças adquiram as recomendações de atividade física.
Nota: Com base nos resultados deste estudo, será seguro dizer que as crianças podem e devem aumentar a prática de exercício físico (benefícios na saúde), sem que haja um efeito contraproducente nos seus níveis de sedentarismo (malefícios para a saúde). E que este último deve também ser alvo de intervenção.